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Liderança: Negócios Sustentáveis Exigem Mulheres

O IBMEC realizou, em 23 de novembro, um painel para discutir o tema liderança feminina, em São Paulo. E tive o prazer de participar como uma das palestrantes convidadas. Uma excelente iniciativa, que reuniu mulheres de diferentes setores de atuação, e que são protagonistas de suas carreiras. Estiveram lá: Deborah Araújo, diretora de RH da Adtalem Educacional do Brasil, Alessandra Morrison, diretora de RH da Kimberly-Clark, Letícia Abraham, CEO da WGSN, e Fabiana Scaranzi, jornalista e empreendedora.

Juntas, tivemos a oportunidade de compartilhar nossas trajetórias profissionais, desafios e abordar o papel da mulher como líder. Para mim, falar de igualdade de gênero sempre foi algo natural, pois minha criação nunca trouxe diferenças entre homens e mulheres. Nascida na Finlândia, me mudei para o Brasil com minha família com apenas 4 anos. Apesar de ser criada aqui, meus pais sempre fizeram questão de ressaltar a cultura finlandesa dentro de casa, de forma que eu e meus irmãos fomos criados exatamente da mesma maneira – sem privilégios extras ou proteções singulares.

Hoje, estudos mostram que os países onde as mulheres têm um papel forte na sociedade são os mais sustentáveis financeiramente, socialmente e ecologicamente. Para os que não conhecem muito sobre a Escandinávia, detalho um pouco mais sobre a cultura na qual fui criada.

Em 1906, a Finlândia tornou-se o primeiro país do mundo a aprovar uma lei que permitia às mulheres votar e candidatar-se a eleições, e o trabalho em direção à igualdade continuou em todos os níveis da sociedade desde então. Há anos a presença feminina no parlamento finlandês chega a até 65% em relação à presença masculina e não para por aí. Hoje 33% da participação nos Conselhos de Administração das maiores empresas é composta por mulheres – mas, no país esse é um número considerado muito baixo.

Além disso, a Finlândia foi eleita o 2º país com maior igualdade de gênero do mundo, ficando atrás apenas da Islândia. Por isso, quando me deparei com essa desigualdade no mercado de trabalho brasileiro, demorei para entender que essa diferença está enraizada na cultura nacional, e que a transformação requer muito apoio.

Durante o nosso painel na IBMEC, discutimos sobre variados tópicos que dificultam a escalada feminina aos mais altos escalões empresariais, e os desafios que as mulheres enfrentam em seu dia-a-dia. No Brasil, ainda que as mulheres representem 43,8% da força de trabalho, sua representatividade em níveis hierárquicos de liderança é minúscula. Nos comitês executivos de grandes empresas, somos apenas 10%. Essa desigualdade não faz sentido em pleno século XXI. Está claro que há um longo caminho a ser percorrido.

O aumento da participação feminina na força de trabalho não é só uma necessidade premente — é também uma enorme oportunidade. Segundo um relatório divulgado recentemente pela GE, nas companhias onde há diversidade de gênero, o desempenho é 53% melhor do que as com menos diversidade, além de gerar aumento da criatividade e produtividade. Além disso, para o país é um componente-chave para a prosperidade econômica. Uma mão de obra que inclua mulheres, negros, e diversidade de orientação sexual, contribui diretamente para o PIB. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a redução nas diferenças entre os gêneros pode aumentar o PIB em até 10% até 2030. Diversidade é sinônimo de desempenho.

Por vinte anos, eu tenho orgulho de trabalhar em uma empresa onde isso é valorizado e almejado. Para nós, encerrar a discrepância de gênero aumenta a atração e retenção de talentos altamente qualificados, o que leva à inovação e aumento da produtividade. Acreditamos que, em um ambiente de respeito e tolerância, as pessoas sentem-se seguras e confortáveis para focar no seu trabalho maximizando seu desenvolvimento pessoal e profissional, e impactando positivamente no desempenho da companhia. Visando a sustentabilidade e apoio contínuo para a diversidade, temos diferentes iniciativas e fóruns como é o caso do Women’s Network, o Balance the Equation e o grupo de afinidade GLBTA.

O primeiro, que co-lidero na América Latina, é uma iniciativa que visa estimular o desenvolvimento profissional de mulheres executivas. As mais de 100 mil profissionais da GE que integram a rede em todo o mundo compartilham informações, boas práticas, educação e experiência com o objetivo de ajudar umas às outras a desenvolver habilidades de liderança e oportunidades de avanço na carreira.

Já o Balance the Equation busca endossar a representatividade feminina no mercado de tecnologia, prevendo apoio a projetos de capacitação de suas funcionárias, como cursos de formação nos cargos de engenharia, manufatura, tecnologia da informação e gestão de produtos. O nosso objetivo é claro: queremos ter 20 mil mulheres, em todo o mundo, em cargos dessas áreas até 2020.

 

Fonte : LinkedIn

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