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Venda da MMX entra na Reta Final

Quase cinco meses depois de anunciada, a compra do Porto Sudeste, em Itaguaí (RJ), deve, finalmente, ser concluída a curto prazo. O Valor apurou que o fechamento da operação é iminente e depende só do acerto de questões burocráticas. As discussões envolvem a MMX, empresa de mineração de Eike Batista que desenvolveu o porto, e o consórcio formado pelos novos controladores do terminal: a Impala, divisão da holandesa Trafigura, e Mubadala, empresa de investimentos e desenvolvimento de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Juntos, Impala e Mubadala acertaram, em outubro, a compra de 65% da MMX Porto Sudeste, empresa da MMX responsável pelo porto, dedicado à movimentação de minério de ferro. Batista manteve 35% do projeto. Na ocasião, celebrou-se um acordo de investimento entre a MMX e Batista com Impala e Mubadala por meio de suas respectivas subsidiárias, IWL Holdings, de Luxemburgo, e EAV Delawere LLC, nos Estados Unidos.

Os sócios do porto discutem agora detalhes finais. A assinatura dos contratos depende de algumas questões jurídicas, segundo apurou o Valor. Havia expectativa de que os acertos ainda pendentes fossem resolvidos no fim do ano passado, o que não ocorreu. A expectativa agora é que o fechamento da operação ocorra nos próximos dias. Ontem, circulou no mercado a informação que a operação poderia ser fechada ainda hoje. Mas existe também a possibilidade de a operação ser fechada só depois do carnaval.

No anúncio de outubro, quando Batista acertou a venda do controle acionário da MMX Porto Sudeste, se previu que Impala e Mubadala aportassem, juntas, US$ 400 milhões no porto na data do fechamento da transação. Além disso, a Porto Sudeste assumiria R$ 1,3 bilhão em dívidas da MMX Sudeste Mineração, outra das empresas da mineradora MMX. A operação estava sujeita, porém, a determinadas condições precedentes, como a obtenção de autorizações governamentais e a reestruturação de dívidas. Essas condições foram todas cumpridas.

Só com o BNDES, a MMX Porto Sudeste tem operações de financiamento de R$ 1,8 bilhão. São três financiamentos, dos quais dois estão em fase de desembolsos: um de R$ 71 milhões, de 2009, e outro de R$ 805 milhões, de 2010. A empresa não fez saques, porém, em uma terceira operação, de R$ 934 milhões, aprovada em 2012. Parte desses recursos seria repassado via Bradesco. Os financiamentos foram renegociados, em termos de prazos, com os bancos pelos novos controladores. Mas, para ser sacramentada, a reestruturação da dívida depende do fechamento da operação de compra do porto por parte de Impala e Mubadala.

Procurados, MMX, Impala e BNDES não se pronunciaram. A assessoria da Impala disse que não iria comentar as informações. A Trafigura, controladora da Impala, é uma das tradings líderes no mercado internacional de commodities e se especializou em petróleo, minerais e metais.

A mudança de controle da MMX Porto Sudeste faz com que os novos controladores tenham que cumprir condicionantes em relação aos credores, disse uma fonte. São providências jurídicas que os novos donos tem que tomar.

A expectativa é de que o Porto Sudeste entre em operação somente no terceiro trimestre deste ano, com atraso de cerca de dois anos em relação ao cronograma original. O porto, que ao atingir plena capacidade poderá embarcar 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, é considerado importante para a exportação da commodity, sobretudo de Minas Gerais. Especialistas dizem que exportadores de Minas Gerais que embarcam minério de ferro pela região Sudeste têm poucas opções portuárias. Uma delas são as “janelas” abertas por Vale e CSN em seus respectivos terminais no porto de Itaguaí. O problema é que os volumes oferecidos nessas “janelas” são pequenos.

Fonte : Valor Econômico

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