Skip to content

Quem tem Chefe é Índio !

Quando um modelo de gestão com hierarquia horizontal e participativo é implantado no Brasil, as pessoas se sentem perdidas. A razão é simples: não fomos educados para produzir sem uma supervisão e não aprendemos a ter autonomia e seguir nossa própria carreira. Precisamos de benefícios e não sabemos o que é melhor pra nós, quem sabe é a CLT ou o sindicato. Se a razão fosse simples, o problema não seria tão grave.

Tenho uma forte convicção de que “quem tem chefe é índio”, ou não. Posso estar completamente enganada. Mas os “caras pálidas” também parecem não estar preparados para viver sem chefes.

A cultura do “myself” que é fortemente presente em países como os EUA, não está presente na cultura brasileira. Somos filhos históricos do paternalismo, do mercado extrativista e da escravidão. Não conquistamos, pedimos. É por isso que, quando conhecemos empresas como Google, Microsoft, Facebook e Apple (empresas modelo da meritocracia e autogerenciamento), elas nos parecem um sonho distante.

Entretanto, podemos transformar esses modelos em realidade brasileira. Para isso, temos que lutar contra leis obsoletas e a falta de instrução dos trabalhadores brasileiros. Não estou me referindo à escolaridade, pois isso seria mais fácil. O trabalho é mais árduo, temos que transformar a forma de pensar e agir das pessoas.

Se por um lado as pessoas podem descer de um andar pelos escorregadores na Google e trabalhar numa rede, por outro, elas tem que ser as melhores do mercado para merecer estar lá. Mais importante, elas não devem usar a liberdade que tem para transformar isso em arma contra a empresa no futuro. É necessária a existência de uma ética dos dois lados, a de quem emprega e a de quem é empregado e, ambas, devem ser coerentes.

Mas, novos ventos têm soprado por aqui a despeito de todas as dificuldades. Empresas têm se aproximado dos modelos de gestão que estimulam o crescimento intelectual, a consciência de mercado e, principalmente, a ética em sua equipe. Esse é um grande passo.

Eu, particularmente, não ligo. Não serei chefe e vou preparar minha equipe. Se o Brasil não está pronto devemos ser, em nossas empresas, agentes de mudança dessa triste realidade.

Os colaboradores devem contar muito mais que com salão de jogos no ambiente de trabalho. A cultura inteira que predomina deve ser a de uma gestão horizontal, que busca pela alta produtividade e pela qualidade de vida. Há muito ainda para aprendermos, mas tenho certeza que nossa missão será disseminar o conhecimento que desenvolvemos e compartilhar nossa cultura no mercado. Devemos apresentar formas de reter talentos, fazendo convergir agentes outrora antagônicos como: alta produtividade e felicidade, realização profissional e diversão, gosto pelo trabalho e eficiência. É uma longa jornada e o que não pode nos faltar é fôlego!
Fonte: RH Portal

Desenvolvido por: I9 Criação